Onde deverá estar o foco dos empregadores?

12 Outubro, 2020

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O Grupo Adecco revela que as expectativas dos colaboradores estão a mudar

  • Os líderes de agora estão a encarar grandes desafios com o “Novo Normal” e precisam de investir no capital humano para ganharem a confiança dos seus colaboradores

 

O Grupo Adecco, confirma que, de acordo com inquérito global da Peakon – com opiniões de milhões de inquiridos – o sucesso empresarial futuro exige que os empregadores identifiquem e satisfaçam uma variedade de expectativas dos empregados, mais importante ainda, o desejo de trabalhar para uma organização que apoia o bem-estar mental e físico.

 

Expectativas emergentes

De acordo com o relatório Employee Expectations, os colaboradores esperam agora que os seus empregadores ajudem a responder às preocupações ambientais, forçando as empresas a fazer mudanças na forma como operam. As expectativas aumentaram 128% para os trabalhadores do Gen Z (n. 1995-2015, 62% para os Millennials (n. 1981-1994), 56% para os Gen X (n. 1965-1980) e 59% para os Baby Boomers (n. 1945-1964).

Todas as gerações mostram uma preocupação crescente com a diversidade e a inclusão no local de trabalho, com a Geração Silenciosa (n. 1928-1945) a registar o maior aumento de 31%, mais do dobro do aumento verificado na Geração Z (+15%), Geração X (+14%) ou Boomer (+13%) e um aumento maior do que o registado em Millennials (+22%).

 

Segundo a pesquisa do Grupo Adecco, Resetting Normal: A Nova Era do Trabalho, o mundo do trabalho está pronto para um novo modelo “híbrido”, com (74%) dos trabalhadores inquiridos a pedirem um modelo misto entre trabalho remoto e escritório. A ideia de passar metade do tempo no escritório (51%) e metade do seu tempo a trabalhar remotamente (49%) é transversal a vários países, gerações e até estatuto parental.   E os executivos das empresas concordam, com quase oito em cada dez a concordar que as empresas beneficiarão com uma maior flexibilidade.

 

Bem-estar é uma prioridade máxima

As expectativas dos colaboradores são mais agudas em torno da questão do bem-estar. A preocupação global dos trabalhadores com a questão do bem-estar aumentou 17% em todos os dados demográficos; entre os inquiridos do Gen Z, o aumento foi de 28%.

A realidade é que a marca do empregador pode ser determinada em grande parte pela forma como se preocupam genuinamente com a saúde mental e física dos seus empregados. Estimando-se que o burnout custe até 323,4 mil milhões de dólares por ano, à economia global, isto é particularmente importante numa altura em que existem perigos muito claros e presentes que têm o potencial de reduzir o bem-estar global.

 

Os líderes estão a evoluir

Em algumas organizações, será um desafio para os líderes construir uma consciência em torno do bem-estar mental e físico. Muitos líderes de hoje estão concentrados nos aspetos técnicos dos seus trabalhos, ou apenas preocupados em conseguir que os projetos sejam feitos a tempo e dentro do orçamento, independentemente do custo que isso implica para as pessoas que estão a liderar.

Mas é fundamental que as organizações olhem profundamente dentro das suas fileiras de liderança para as pessoas que compreendem a importância de apoiar o bem-estar dos funcionários. Para aqueles que não o considerem uma preocupação de topo, poderá ser necessário coaching e desenvolvimento para cultivar competências que apoiem o bem-estar dos funcionários.

As conclusões do relatório também falam da necessidade de os líderes serem pacientes com os empregados que estão a trabalhar a partir de casa e enfatiza a importância de formar líderes em competências transversais como empatia, compaixão e clareza em torno das expectativas de trabalho.

 

Redefinir o que significa “produtividade

Para além deste relatório sobre as expectativas dos colaboradores, e com base em outro estudo da Peakon que descreve como os empregados e as organizações estão a responder à COVID-19, sabemos também que a questão do bem-estar tem um enorme impacto noutras áreas, incluindo o stress que é criado pelo trabalho fora do ambiente normal de escritório.

Hoje falta alguma confiança e existe a preocupação de não serem vistos como produtivos se não conseguirem dar uma resposta imediata a um e-mail. Esta é uma questão de confiança e é uma grande fonte de preocupação neste momento. Isso é também uma conclusão do estudo do Grupo Adecco que diz que, manter o relacionamento e colaboração num ambiente de trabalho essencialmente virtual revelar-se-á um desafio para os líderes. Embora os colaboradores possam estar em qualquer lugar, é importante que lhes seja dado o apoio e os recursos que os ajude a sentir que pertencem à equipa quando “aparecem” para trabalhar todos os dias.

 

Será essencial que os líderes redefinam novas métricas, tanto para empregadores como para empregados, para avaliar o ritmo de trabalho e a produtividade num ambiente virtual. Os líderes precisam de se concentrar mais na produção e menos nos sinais pequenos e enganadores que possam estar a receber. É uma nova experiência para todos e os colaboradores têm receios na forma como os seus empregadores encaram a produtividade num cenário remoto. Isto deixa, segundo o estudo do Grupo Adecco, um alerta aos empregadores, que têm agora a responsabilidade de restabelecer a confiança, não apenas em condições extremas, mas em todas as condições. Isso significa ouvir as necessidades da mão de obra, estar sin­tonizado para mudar perspetivas e expectativas, e estar constantemente atento, liderando ativamente a sua força de trabalho durante este período de mudança.