62% das empresas nacionais têm intenções de contratar

7 Julho, 2021

Sondagem Grupo Adecco diz que 62% das empresas nacionais têm intenções de contratar até final de 2021

 

Numa abordagem inédita para perceber como as fortes restrições sanitárias afetaram as empresas e a sua força de trabalho durante o primeiro trimestre de 2021, o Grupo Adecco inquiriu 100 empresas nacionais de vários setores de atividade, com predominância no retalho e indústria: a sondagem revela que apenas 10% tem intenção de despedir até ao final do ano. Na primeira linha das que pretendem contratar as maiores dificuldades das empresas residem na falta de colaboradores mais especializados (61%) por um lado, e com skills mais polivalentes, por outro lado. Este último dado em particular é suportado por 50% dos empregadores que indicam terem tido que realocar recursos durante o período de confinamento. A emergência por perfis flexíveis confirma-se como uma necessidade perante um evento raro como a pandemia Covid-19, que obrigou as empresas a reformularem todas as estratégias para darem resposta à procura de mercado dentro dos seus setores de atividade.

 operacoes logistica

Após um ano de pandemia, no final do mais longo confinamento imposto desde o seu início, a Grupo Adecco sondou 100 empresas portuguesas para tentar perceber como as restritas medidas sanitárias de combate à Pandemia Covid-19 impactaram as suas atividades e que consequências tiveram nos recursos humanos.

Para ter uma perceção mais rigorosa do que se alterou neste primeiro trimestre de 2021 na gestão dos recursos humanos nas empresas, foram colocadas questões de enquadramento à atividade, que permitissem uma leitura mais fina desta realidade no tecido empresarial nacional.

 

Assim, a Grupo Adecco questionou os players de mercado sobre o impacto geral da Pandemia, e em particular na afetação das Vendas, Rentabilidade, Investimentos e Recursos Humanos em diversos setores de atividade.

Neste contexto, sobre quais as expetativas de recuperação da atividade económica, importa destacar que apenas 5% das empresas considera que a economia vai melhorar muito até final de 2021, e que 31% crê que os impactos negativos vão agudizar-se.

Mas a maioria (54%) das empresas inquiridas acredita que o contexto económico vai melhorar um pouco até ao final do ano, o que perspetiva uma situação positiva na área dos Recursos Humanos. Todavia, deve ter-se em atenção que a maioria das respostas a esta sondagem são dos setores do retalho e indústria, que sofreram um menor impacto da pandemia, ao contrário de setores ligados ao turismo, como hotelaria e restauração, que outros estudos indicam viverem um clima menos otimista.

As medidas de apoio ao emprego libertadas pelo Governo português permitiram à grande maioria das empresas manter os seus postos de trabalho, sendo que 80% não tem intenção de despedir.

A grande ilação que a Grupo Adecco retira desta sondagem é que, não obstante mais de metade das empresas ter tido um impacto negativo ou parcialmente negativo (59%) em virtude da pandemia, os apoios ao emprego libertados pela Governo durante o primeiro trimestre de 2021 permitiram à esmagadora maioria das empresas inquiridas (80%), não ter intenções de despedir colaboradores.

Das que têm intenções de despedir colaboradores, 43% apontam a área fabril, 21% as áreas administrativas e de logística. Das empresas que não irão dispensar colaboradores 61% considera a hipótese de ter que admitir mais funcionários precisamente na mesma área em que algumas empresas irão despedir (área fabril 47%, Administrativa 28% e logística 19%).

Estes dados permitem refletir sobre o que as empresas perspetivam, mas também aproximar os perfis profissionais das necessidades das empresas que reagiram perante um evento tão raro como a pandemia. Será que os perfis profissionais pré-pandemia serão os mesmos da pós-pandemia? Esta sondagem indica que não.

Importa aqui realçar que 50% das empresas sentiram necessidade de realocar recursos durante este período, o que pode explicar esta aparente contradição e que invoca a necessidade de as organizações manterem, conforme os setores de atividade, a necessidade de recursos com formação especializada mais atual, combinados com perfis mais flexíveis e polivalentes.

Tal é, aliás, confirmado pelas maiores dificuldades sentidas na contratação de recursos humanos sentida pelas empresas inquiridas: falta de colaboradores mais especializados (61%) e com skills mais polivalentes (57%).

 

Indicadores a reter pela Sondagem Grupo Adecco

  • Para 59% das empresas inquiridas, a COVID-19 afetou a sua atividade económica em termos gerais, no 1.º trimestre de 2021, embora a pandemia também tenha sido benéfica para 17% das empresas. Se analisarmos 4 indicadores (vendas, recursos humanos, investimentos e rentabilidade) no mesmo período, constatamos que esse impacto negativo foi maior nas vendas 46% e na sua rentabilidade 45%, tendo a área dos recursos humanos sido a menos afetada.
  • Apenas 5% das empresas inquiridas considera que a economia portuguesa vai melhorar muito até ao final de 2021, enquanto 31% considera que a situação económica vai piorar. Se considerarmos os mesmos 4 indicadores referidos anteriormente (vendas, recursos humanos, investimentos e rentabilidade), verificamos que as vendas (41%) e os investimentos (39%) são as áreas onde o impacto negativo mais se irá fazer sentir até ao final do ano
  • As expetativas das empresas chegarem a uma situação económica idêntica ao período de antes da COVID -19 vai demorar 1 a 2 anos para 43% das empresas inquiridas e mais de 2 anos para 5% da amostra inquirida.
  • Na rentabilidade, o impacto é claramente negativo, pois se algumas empresas viram nesta crise uma oportunidade, cerca de 23% dos inquiridos, a maior parte, que pesam 45%, tiveram um incremento de custos por alterações de processos, manutenção de postos de trabalho ou por impacto dos custos da matéria-prima.
  • A sondagem mostra que também existiu algum impacto na gestão desta pandemia pelo Departamento de Recursos Humanos das empresas, com 37% a demonstrar algum efeito, sendo que grande parte dos problemas ocorreram ao nível das operações.
  • O impacto das medidas de apoio ao emprego leva a que 80% das empresas inquiridas não tenham intenção de dispensar trabalhadores em 2021. Das que têm intenções de despedir colaboradores, 43% apontam a área fabril, 21% as áreas administrativas e de logística.
  • Das empresas que não irão dispensar colaboradores 61% considera a hipótese de ter que admitir mais funcionários precisamente na mesma área em que algumas empresas irão despedir (área fabril 47%, Administrativa 28% e logística 19%).
  • Em relação aos recursos humanos as maiores dificuldades na contratação prendem-se com a falta de colaboradores mais especializados (61%) e com skills mais polivalentes (57%). No que diz respeito à insuficiência de apoios públicos, legislação laboral e encargos sociais elevados a opinião das empresas inquiridas não é tão negativa (IAP 22%,LL 30% e ESSE 33%)

Nota: Este inquérito foi enviado por email para 100 empresas, tendo-se obtido 71 respostas válidas, num universo de empresas maioritariamente dos setores da Indústria/Manufatura (44%) e Grande Consumo e Retalho (20%), embora todos os outros setores de atividade estejam representados, mas em menor escala: 44% são de média dimensão e 36% são de grande dimensão a que corresponde um volume de negócios de 10 a 50 milhões de euros para 44% das empresas e mais de 50 milhões para 36% das empresas inquiridas, na sua generalidade com mais impacto no mercado nacional.